Criar fotos com IA pode estar afastando seu cliente

Imagem ilustrando o conteúdo sobre criar fotos com IA mostrando uma mão robótica e uma mão humana próximas uma da outra.
Criar fotos com IA pode estar afastando seu cliente

Nos últimos meses, criar fotos com IA virou praticamente uma febre no marketing digital, especialmente entre negócios locais, e-commerces e restaurantes. A promessa é tentadora: com poucos cliques e quase nenhum investimento, dá pra gerar imagens bonitas, modernas e sem a necessidade de fotógrafo profissional.

Mas isso está realmente aproximando o seu cliente? Ou será que está afastando?

A verdade é que, se não for usada com estratégia, essa tecnologia pode estar minando a confiança na sua marca. Neste artigo, vamos falar sobre os riscos de criar fotos com IA de forma aleatória, os impactos disso na experiência do cliente e como usar essa ferramenta com consciência, principalmente no setor de alimentos e varejo.

Continue acompanhando 🙂 

Por que marcas optam por criar fotos com IA?

Existem motivos legítimos para a popularização das imagens geradas por IA. Entre os principais:

  • Baixo investimento: não é preciso contratar um fotógrafo, nem investir em locações, cenários ou edição profissional.

  • Agilidade: em minutos, você tem várias versões do mesmo conceito.

  • Tendência de mercado: o uso de IA em campanhas virou recomendação comum de especialistas e influenciadores da área.

  • Democratização de ferramentas: com plataformas gratuitas como DALL·E, Leonardo AI, Bing Image Creator e outras, qualquer pessoa consegue gerar fotos com IA com poucos cliques.

Mas, ao contrário do que parece, o custo invisível de gerar fotos com IA pode ser alto, especialmente quando falamos de comunicação visual para negócios que vendem produtos tangíveis, como comida.

Criar fotos com IA pode afastar e frustrar o cliente

Um bom exemplo disso são os casos recentes de restaurantes no iFood que começaram a usar imagens geradas por IA para ilustrar seus pratos.

Quando bem feitas, algumas dessas fotos, à primeira vista, são lindas, dignas de catálogo — luz perfeita, cores vibrantes, tudo no lugar. Mas, na hora da entrega, o cliente abre a embalagem e encontra uma comida que não se parece em nada com a imagem do anúncio.

A reação? Frustração. E a consequência mais grave? Perda de confiança.

Muitos usuários nas redes sociais passaram a criticar essa prática. Alguns sugerem que o uso de fotos irreais deveria ser proibido pela plataforma, mencionando até mesmo a possibilidade de propaganda enganosa.

Segundo o advogado do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Igor Marchetti:

“A empresa que utiliza essa tecnologia para divulgação precisa entender que está assumindo um risco de frustração e que o seu produto pode configurar como propaganda enganosa em caso de dissonância entre a imagem e o que é entregue.”

O iFood, por sua vez, já se manifestou dizendo que orienta os estabelecimentos a usarem imagens geradas por IA somente se representarem de forma coerente o produto final – o que, convenhamos, não acontece na grande maioria dos casos.

E aqui está o ponto central do debate: não é sobre a tecnologia em si, mas sobre como ela é usada.

Os sinais de que uma imagem foi criada com IA 

O ser humano é mais perceptivo do que a gente pensa. Alguns sinais que denunciam que uma imagem foi criada com IA incluem:

  • Olhares “vazios” e sem foco em personagens humanos;

  • Alimentos com texturas irreais ou brilho exagerado;

  • Composições simétricas demais, que não existem na vida real;

  • Falta de identidade — todas as imagens parecem saídas do mesmo banco genérico.

Quando o cliente percebe esses elementos, ele pode não saber explicar exatamente o que está estranho, mas sente que há algo de artificial ali. Isso quebra a conexão com a marca e coloca em dúvida a veracidade do que está sendo oferecido.

Pense em um restaurante de comida caseira que usa uma imagem gerada por IA de um prato que parece saído de um comercial de margarina dos anos 90. Por mais bonito que esteja, esse visual pode afastar quem busca algo autêntico, quente e humano, entende?

Imagens geradas por IA e o risco da padronização

Outro risco de criar fotos com IA sem critérios é a padronização da estética. Cada vez mais marcas estão usando prompts parecidos e ferramentas iguais e o resultado é um feed genérico, onde tudo parece igual.

Isso é o oposto do que uma boa identidade visual deveria ser.

Em vez de destacar a sua marca, esse tipo de conteúdo visual pode acabar diluindo sua presença digital. E isso não vale só para restaurantes: vale para moda, cosméticos, infoprodutos e qualquer outro negócio que queira se conectar com pessoas reais.

Como usar a IA para criar fotos sem perder autenticidade

Então, o que fazer? A resposta não é “nunca use IA”. A tecnologia é, sim, uma grande aliada, desde que usada com estratégia, consciência e personalidade. Algumas boas práticas para gerar fotos com IA sem afastar seu público:

Use IA como apoio, não como substituto

A IA pode ajudar a ilustrar ideias, prototipar campanhas e até gerar moodboards. Mas para representar produtos reais (especialmente alimentos ou itens físicos), a recomendação é sempre usar fotos reais.

Se ainda assim quiser gerar fotos com IA, que elas sirvam como elementos conceituais, e não como a imagem principal de venda.

Evite exageros e filtros irreais

Configure sua ferramenta para não exagerar no brilho, contraste ou perfeição das formas. Quanto mais natural parecer, melhor. Teste variações com luz ambiente, fundos neutros e composições mais próximas da realidade.

Misture IA com fotos reais na sua comunicação

Se você não pode contratar um fotógrafo agora, comece usando fotos reais feitas com celular, bem iluminadas e bem enquadradas. Use a IA para complementar e não para substituir tudo.

Essa combinação pode criar uma estética mais honesta e próxima do público.

Seja transparente com o seu cliente

Se o conteúdo foi gerado por IA, considere avisar, mesmo que de forma discreta. Isso mostra respeito com o consumidor e protege sua marca de eventuais acusações de propaganda enganosa.

Tenha uma régua visual clara

Antes de gerar fotos com IA, defina um padrão visual coerente com o seu posicionamento. Sua marca é divertida ou sofisticada? Simples ou premium? Isso deve refletir no tipo de imagem criada.

Com essa régua em mãos, você evita cair na armadilha das imagens genéricas.

Criar fotos com IA não é problema. O problema é usar mal.

O avanço da IA generativa trouxe novas possibilidades para o marketing e gerar fotos com IA é uma delas. Mas, assim como qualquer ferramenta, o impacto não está no recurso, e sim no uso que se faz dele.

Marcas que querem construir conexão, gerar confiança e vender mais precisam ter clareza: a imagem ainda é um dos elementos mais poderosos da comunicação. Se ela não conversa com a realidade do produto ou com os valores da empresa, o efeito será o oposto do esperado.

Na dúvida, simplifique. Seja honesto. Seja humano.

E se precisar de ajuda para alinhar sua estratégia de imagem, texto e posicionamento em todos os canais, a Alpinista Digital está aqui, para escalar ao seu lado – com ou sem IA.

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